16 Julho 2025

Jumpscare: a técnica que revolucionou o terror no cinema e nos jogos

O que é o jumpscare?

Jumpscare é uma técnica amplamente utilizada em obras de terror, como filmes e jogos eletrônicos, com o objetivo de provocar susto no público. Ela funciona através de uma construção de cena calma, silenciosa e aparentemente inofensiva, que é abruptamente interrompida por um som alto ou uma imagem impactante. Esse contraste repentino é o que causa a reação de susto, levando o espectador a pular de surpresa — daí o nome “jumpscare”.

Como funciona a técnica

O susto pode vir de várias formas: a aparição inesperada de um monstro, um ruído estridente, uma figura perturbadora ou qualquer outro elemento que gere tensão imediata. Com o passar dos anos, o jumpscare se consolidou como uma das estratégias mais eficazes do cinema de horror, sendo usado repetidamente para criar momentos de choque. No entanto, seu uso excessivo tem sido criticado por alguns especialistas, que apontam para a falta de originalidade quando essa técnica se torna previsível.

Aceitação do público e críticas

Mesmo sendo considerado por muitos críticos como um recurso fácil ou apelativo, o jumpscare continua sendo extremamente popular entre o público. A antecipação e o medo do momento de susto fazem parte da experiência que muitos fãs do gênero procuram. Algumas produções exageram na quantidade de jumpscares, o que pode tornar a experiência cansativa. Ainda assim, quando bem usado, ele pode elevar a tensão e marcar cenas de maneira memorável.

As origens do jumpscare

Curiosamente, o primeiro uso reconhecido de um jumpscare no cinema não veio de um filme de terror. Em Cidadão Kane (1941), de Orson Welles, há uma cena em que uma cacatua aparece de forma inesperada, soltando um grito estridente que pega o público de surpresa. Embora não tenha sido um susto intencional no contexto do terror, esse momento é apontado como o precursor da técnica.

Já o primeiro uso deliberado de um jumpscare em um filme de horror ocorreu em Sangue de Pantera (1942), dirigido por Jacques Tourneur e produzido por Val Lewton. A montagem foi feita por Mark Robson, que incluiu um susto clássico durante uma cena noturna em que uma personagem caminha por uma rua deserta, sentindo-se seguida. O suspense cresce até que um ônibus surge de repente com um ruído alto. Esse momento ficou conhecido como “Lewton Bus”, e é considerado um marco do gênero.

Do cinema aos videogames

A partir dos anos 80, com o auge dos filmes slasher, os jumpscares ganharam ainda mais espaço, consolidando-se como uma ferramenta central no cinema de horror. Com o avanço da tecnologia, a técnica passou das telas de cinema para outras mídias, como os videogames.

Nos jogos de terror — especialmente no gênero survival horror — os jumpscares são elementos-chave para criar tensão constante. Jogos como Resident Evil, Silent Hill e Five Nights at Freddy’s utilizam esses sustos de maneira estratégica para manter os jogadores em alerta e imersos em atmosferas de medo.