A genialidade absoluta do Led Zeppelin pode ser exemplificada pelo simples fato de que, ao ouvir o título de uma de suas músicas, a melodia singular imediatamente invade sua mente. Basta mencionar “Immigrant Song” para evocar um frenético “Aaaaahaaaa” em milésimos de segundo. Na verdade, até mesmo o nome da banda é suficiente para trazer à tona uma série de hinos inesquecíveis.
De alguma forma, o som único do Led Zeppelin está armazenado em nossa memória, pronto para ser acessado como uma dose de adrenalina. Suas músicas são inconfundíveis, inimitáveis, e poucos ousaram sequer tentar replicar sua ousadia sonora. Embora clássicos como “Kashmir”, “The Song Remains the Same” e “Whole Lotta Love” sejam considerados definitivos, o verdadeiro impacto da banda se revela ao mergulhar em sua vasta discografia, repleta de profundidade e nuances.
Entre esse rico repertório, existe uma música que se destaca como um momento que encapsula a essência criativa do grupo. No entanto, ela não recebe o mesmo reconhecimento que monumentos como “Stairway to Heaven”. Felizmente, Robert Plant, o carismático vocalista da banda, defende apaixonadamente esta joia quase esquecida. Para Plant, “The Battle of Evermore” não é apenas uma de suas músicas favoritas do Led Zeppelin, mas também uma obra que captura o misticismo que definia a banda.
Em uma entrevista ao podcast Digging Deep, Plant afirmou: “Havia uma variedade incrível de influências estilísticas no jeito de tocar de cada um. ‘The Battle of Evermore’, como peça instrumental, era simplesmente linda.” Lançada em 1971, no icônico quarto álbum sem título da banda, a música surgiu em um momento em que o Led Zeppelin começava a perceber a extensão de sua transformação musical. Em apenas dois anos, a banda lançou quatro álbuns, afastando-se consideravelmente das raízes do blues que marcaram seu início.
Com a participação especial da cantora folk Sandy Denny, em um dueto com Plant, e inspirações retiradas de O Senhor dos Anéis, a faixa revelou uma abordagem musical mais complexa e ambiciosa do que o tradicional blues de 12 compassos. Apesar de ser uma criação marcante, a música foi ofuscada na época por outras faixas do álbum, como “Black Dog”, “Rock and Roll” e, claro, “Stairway to Heaven”, uma obra que Plant tem criticado ao longo dos anos.
Contudo, Plant sempre reservou elogios à intricada “Evermore”. Além de destacar a habilidade musical dos membros da banda, ele acredita que a música representa algo intangível, que transcende qualquer análise objetiva. “O som tinha uma essência de convocação, de reunir pessoas, de evocar uma mentalidade coletiva,” explicou ele.
De fato, “The Battle of Evermore” capturou a essência do que seria a década de 1970 para a banda. E, de certo modo, essa faixa menos radiofônica parecia destinada a afirmar a singularidade do Led Zeppelin. O grupo era um universo a ser explorado, indo além dos grandes sucessos que fazem o público balançar a cabeça. “Evermore” era como um cartão de visitas enigmático, um convite para se aprofundar no universo da banda.
O destino do Led Zeppelin sempre foi ser um dos maiores cultos musicais do mundo. Eles nunca foram exatamente uma banda “mainstream”, e suas conexões com o grande público foram tão curiosas quanto suas composições. Como relembra Jorgen Angel, fotógrafo que registrou o primeiro show da banda em 1968: “Quando eles subiram ao palco, foi algo muito especial, diferente e espetacular. Eles tinham uma energia única. Eu não tinha ideia de que se tornariam tão grandes.”
Com “The Battle of Evermore”, o Led Zeppelin reafirmou seu lugar como um fenômeno musical único, imortalizando sua capacidade de criar obras que desafiam convenções e continuam a fascinar gerações.
More Stories
Netflix com anúncios: um novo plano vale a pena?
Qual é a Melhor Série do Mundo? Popularidade, Prêmios e Longevidade
10 Filmes e Séries de Época Imperdíveis na Netflix para os Fãs de Histórias Históricas